quarta-feira, 11 de julho de 2018

J.K Rowling: Hipocrisia e Falso ativismo



  Não é de hoje que é visto o nome de J.K Rowling nos ativismos em geral, já que sempre ela foi muito aberta em relação a suas histórias de abuso sofrido durante o seu primeiro casamento, e as suas posições políticas. Os fãs sempre a admiraram por isto, por sua desconstrução, e muitos até a viam como uma espécie de mãe, já que era mais velha e adorava dar concelhos no twitter. Mas como nem tudo é um mar de rosas, algumas coisas começaram a acontecer e foi deixado bem claro que ela não era tudo aquilo que aparentava. 
  Tudo começou em 1997, quando foi lançado o primeiro livro de Harry potter, Harry potter e a pedra filosofal, que na realidade, não tem nada de errado. É notável a necessidade de personagens de minorias em uma saga do gênero, mas temos que lembrar que a J.K Rowling na época não tinha essa influencia que ela tem hoje, e colocar um personagem de minoria em um livro sem ter qualquer tipo de influencia, principalmente naquela época, seria uma receita para o livro dela ser negado. Claro que houveram algumas tentativas falhas da inserção de personagens diversos, como a Cho Chang, que deveria ser Chinesa, mas tem nomes caracteristicamente Coreanos.  
  O problema mesmo foi quando ela começou a querer enfiar algumas características em personagens depois que os livros foram lançados. Logo depois do lançamento do sétimo e ultimo livro da saga (Harry Potter e as relíquias da morte), ela disse em uma entrevista que o Dumbledore era gay, mas não era necessário mostrar isso na historia. Sim, seria muito legal termos um Dumbledore gay, ou qualquer personagem gay, mas temos que lembrar que não temos um.
  O Dumbledore não foi mostrado como gay nos livros da saga, o que até é aceitável por serem livros infanto-juvenis de uma época que isto não era tratado abertamente, mas aí vem Animais Fantásticos e Onde Habitam, que tem uma boa parte da história focada no Dumbledore, e por que não mostrar nada sobre isto no filme? A J.K Rowling já pode falar sobre isso, já tem essa influencia, mas ela não quer, ela simplesmente não quer. E aí entramos na questão do falso ativismo. 
  J.K Rowling pode ter um personagem gay em sua saga, o que é o caso do Dumbledore, mas ela não tem. Ela pode ter uma personagem negra em sua saga, o que poderia ser o caso da Hermione (isto ficou explicitado depois da polêmica da Hermione negra de Harry Potter and The Cursed Child, a peça lançada em 2016), mas ela não tem. Ela poderia ter uma grande diversidade de personagens, como é o que ela clama tanto em seu Twitter, dizendo que um personagem aqui era judeu, ou outro era negro, mas não era importante falar sobre, mas ela não tem esta diversidade. E o pior, não é consertável. 
  Não dá pra consertar o que já foi escrito a mais de dez anos, mas daria para amenizar nos filmes novos da saga que está vindo a seguir. Quando as informações sobre o elenco de Animais Fantásticos e Onde Habitam, de 2016, começaram a sair, ficamos animados com a noticia de que Eddie Redmayne, Ezra Miller, Colin Farrell e muitos outros estavam se juntando ao elenco, mas foi aí que percebemos que não havia nenhum ator negro no elenco. Quando ficamos sabendo da noticia de que Seraphina Picquery seria interpretada por uma atriz negra, ficamos extasiados, porém, a personagem é tão coadjuvante que não vale a pena. De qualquer forma, o filme que está para vir (Animais Fantásticos e os Crimes de Grindewald), apresenta uma diversidade maior no elenco o que é incrível, e eu, pessoalmente, estou muito animada para ver.


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